Alunos da escola Isabel Amazonas em de Ulianópolis reclamam da falta de aulas e de professores

Estudantes estão preocupados com a falta de aulas das disciplinas básicas. Eles reclamam ainda da falta de infraestrutura da escola, em Ulianópolis.


Alunos da escola Isabel Amazonas em Ulianópolis, no sudeste do Pará, estão preocupados com a falta de aulas das disciplinas básicas recomendadas pelo Ministério da Educação. Além disso, eles reclamam da falta de infraestrutura no colégio.


Mesmo sem saber se haverá aula, os alunos chegam cedo à Escola Estadual de Ensino Médio Professora Isabel Amazonas. Marcos Araújo tem 16 anos e é um dos alunos da terceira série do Ensino Médio, ele sonha em ser engenheiro civil, mas sofre com um problema: há dois anos faltam professores na escola.


O conteúdo de química, por exemplo, matéria obrigatória para o vestibular, até hoje não foi dado.  “Isso é uma falta de respeito contra todos os alunos, não é só contra mim, contra todos os alunos da escola que vão precisar do vestibular para entrar numa faculdade”, afirma o jovem.


A situação de Antônia Reis é parecida, ela está com o caderno praticamente todo em branco. A estudante conta que deveriam ter seis aulas por dia, mas normalmente têm de três a cinco, no máximo. “Prejudica, porque a maioria das vezes o professor quer passar prova e sem assunto, como é que passa?”, questiona a aluna.

A carência de profissionais atrapalha bastante a qualidade de aprendizado dos alunos, e como se não bastasse, alguns professores ainda costumam faltar, mesmo estando em semana de provas. “Não teve prova de Português porque o professor faltou. Não teve prova de matemática porque o professor faltou. Aí a gente vai ficar sem prova e sem nota também”, conta a estudante Gisela Miranda.

Ao todo, são cerca de 1200 alunos matriculados nos três turnos. Das 29 turmas, 26 estão sem aulas de inglês, apenas os alunos da noite fazem a disciplina por causa da disponibilidade de professor. Faltam também professores de física, química e sociologia, matérias básicas da grade curricular recomendada pelo Ministério da Educação.

O diretor da escola, Sirley Gomes, reconhece a falta de professores e conta que no ano passado os alunos foram aprovados praticamente sem ter aulas nas disciplinas em falta. Eles apenas fizeram um trabalho para conseguir a nota de aprovação e passar para a série seguinte.


Ele disse ainda que já solicitou junto a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a contratação de novos profissionais. “Toda a documentação dos profissionais já foi enviada para Belém. Estamos hoje no aguardo do retorno dessa documentação, já com os profissionais contratados”, explica o diretor.


Mas a dificuldade dos alunos vai além dos caderno em branco. A escola até parece bem estruturada, mas basta entrar nas salas de aula para ver que ela não avançou muito. As lousas ainda são de cimento, alguns ventiladores estão quebrados, manchas na parede indicam os problemas no forro. Os banheiros têm vazamentos e o mau cheiro exala.


No lugar onde deveria existir uma quadra de esportes, estão apenas os pilares de uma construção inacabada. “A gente tem o direito, a gente tem que estudar. A gente está aqui porque não tem como ir para outro lugar, às vezes nossos pais não têm condições de nos levar e a gente acaba ficando aqui, mas não tem a educação que a gente realmente precisa”, afirma a estudante Raquel Oliveira.


Os estudantes estão ainda sem merenda escolar há quase 4 meses. “na hora da merenda eles nem abrem a porta, tem que comprar ali a R$ 2,00 custa a merenda. A maioria aqui não traz dinheiro, fica todo mundo com fome”, conta o aluno Claiton Martins


A Secretaria de Educação do Pará informou que já foi autorizada a contratação imediata de seis professores para dar aulas nas disciplinas de Inglês, Sociologia, Artes, Língua Portuguesa, Física, Matemática, Biologia e Química.


Sobre os problemas infraestrutura na escola Isabel Amazonas, em Ulianópolis, a Seduc disse que a revitalização do prédio foi concluída em junho de 2012, em uma obra que custou mais de R$ 130 mil.


Com relação à falta de merenda escolar, a Seduc disse que a responsabilidade é da prefeitura municipal em repassar a alimentação às escolas.

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